2012

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A Sabedoria do Não no Mundo Empresarial

                                                                                                                   Por Mariliz Vargas

Auditório Vazio

Um palestrante entrou num auditório para proferir uma palestra e, com surpresa, deu com o auditório vazio. Só havia um homem sentado na primeira fila.

Desconcertado, o palestrante perguntou ao homem se devia ou não dar a palestra só para ele. O homem respondeu:  

- Sou um homem simples, não entendo dessas coisas. Mas se eu entrasse num galinheiro e encontrasse apenas uma galinha para alimentar, eu alimentaria essa única galinha.  

O palestrante entendeu a mensagem e deu a palestra inteira, conforme havia preparado.  

Quando terminou, perguntou ao homem:  

- Então, gostou da palestra?  

O homem respondeu:  

- Como eu lhe disse, sou um homem simples, não entendo dessas coisas... Mas se eu entrasse num galinheiro e só tivesse uma única galinha, eu não daria o saco de milho inteiro para ela.  

Uma das tarefas mais importantes na nossa vida profissional é saber mudar os planos, quando a situação muda. O cliente sempre quer trabalhar com empresas que têm estratégia. Todos têm um plano, mas nem todos sabem o que fazer quando ele não dá certo.

A pequena história "Auditório Vazio" mostra como às vezes é preciso encarar dificuldades que encontramos em nossos caminhos, mudando de enfoque e atitude. 

A forma como uma empresa encara as adversidades, ou o malogro de estratégias de ação, torna-se decisivo para o futuro do empreendimento. 

Cada empresa possui uma personalidade própria, ou seja, tem uma forma de organização, que define sua maneira de encarar os acontecimentos imprevistos, e principalmente as perdas e erros de percurso.

Quanto mais frágil a empresa se mostra para lidar com os erros, maior tensão permeia os recursos humanos, e maior possibilidade de quebra da estrutura empresarial.

Na medida em que a organização assume que faz parte do seu quadro de competências o enfrentamento de erros e perdas, mais preparada estará para tirar proveito destas situações próprias a um sistema vivo e dinâmico.

Ela terá condição de assumir o erro de uma perspectiva puramente profissional, retirando a questão das competências especificas, e assumindo como parte de um processo em direção ao crescimento da empresa como um todo.

Tendo retirado dos seus ombros a sombra do erro, as lideranças poderão lançar mão de uma ampla gama de possibilidades criativas, pois a empresa trabalha dentro de um âmbito onde o não e o erro são tomados como medidas de evolução e aprimoramento. Não se trata da apologia ao erro nem ao negativo, mas de instaurar no âmbito corporativo uma nova estratégia no lidar com o possível fracasso, transformando esta situação negativa em positiva, que poderá elevar ainda mais a empresa dentro da sua proposta de atuação. 

Para isso, é preciso em primeiro lugar, que a questão do erro seja tomada nesta perspectiva, para que toda a estrutura se transforme, e passe a encarar o erro como uma oportunidade de chegar ainda mais perto do que se propõe. Mas para isto é preciso colocar este não no seu devido lugar, a fim de permitir que ele cumpra o seu papel de orientador de caminhos, e vá transformando o que precisa ser transformado, retirando o que precisa ser retirado, e cumprindo a sua função de auxiliar ao progresso do todo. 

Porém, é preciso cuidado com as respostas fáceis, que são aquelas obtidas a partir de uma conduta dramática, de levantamento de culpados e eliminação pura e simplesmente de um material humano que poderia ser ainda muito benéfico para empresa. Retirar do quadro aquele que foi responsável pelo erro provoca o efeito colateral de minar a criatividade dos colaboradores remanescentes, e desperdiçar toda uma experiência que poderia ser proveitosa para o todo. A política que reconhece a importância e a Sabedoria Do Não dentro de uma empresa, instaura um ambiente de fomento a criatividade, e estabelece a ciência do não, onde as informações coletadas por ocasião da sua aparição, fundamentam futuros empreendimentos. Por fim, e em resumo, nas palavras de Bill Gates: "Toda empresa precisa de gente que erra, que não tem medo de errar e que aprenda com o erro."  

 

Sobre a autora: 

Mariliz Vargas é psicóloga, formada pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Trabalha com Psicoterapia há mais de 20 anos. Ministra cursos e palestras sobre temas relacionados ao aprimoramento humano na busca por uma vida mais rica e feliz. Autora de inúmeros artigos publicados no jornal paranaense Gazeta do Povo, suplemento Viver Bem, e atualmente veiculados através da internet. Recentemente, Mariliz lançou os livros 'A Sabedoria do Não' e 'Você É Mais Forte Que a Dor', pela editora Rosea Nigrea.

 

www.marilizvargas.com.br

                

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