Contribuir para minorar os problemas da fome e desperdícios no Brasil e a redução de custos na produção e distribuição de alimentos, estão entre os principais objetivos do projeto idealizado por Heloísa de Freitas  Valle, que criou o  Pró-Banana Verde, pensando apenas no aproveitamento  dos 60% da produção de banana verde, que é desperdiçada no País, desde o campo até a comercialização.

De acordo com estudos da Rede de Informação Ação pelo Direito a se Alimentar (Fian-Brasil), a disponibilidade de alimentos no País, é muito superior às necessidades mínimas estabelecidas para o caso brasileiro. Mesmo assim, o Brasil têm, de acordo com dados do órgão, l6 milhões de pessoas subnutridas, é o equivalente a muitos países da Europa juntos.

O relatório também mostra que, após o Plano Real, o Brasil tem recorrido constantemente às importações de alimentos, como estratégia para estabilização de preços. Isto significa que a partir de meados dos anos 90, a disponibilidade de alimentos para o abastecimento do mercado interno, passa a depender fortemente das importações, gerando uma situação de profunda insegurança alimentar, informa o documento. Como exemplo, o relatório cita que a importação de grãos e fibras que passou de cerca de 3 milhões de toneladas no início da década, passou para  12 milhões de toneladas em 1999.

A pobreza e a indigência no meio rural continuam proporcionalmente maiores do que nas áreas urbanas. Na região Nordeste a pobreza varia de 50% a 60% da população rural. Na região sul, os números são menores: variam de 22% a 28%. As estimativas vão de 38% a 45% na Região Norte. No Centro-Oeste, a pobreza atinge cerca de 34% da população rural. No Sudeste, a proporção de pobres varia de 29 a 34%. Todos esses dados são do relatório da Fian.

A desigualdade de renda, é outro problema perverso, que contribui em grande parte com a proliferação e o crescimento da fome. O documento da , mostra que em alguns anos, a renda dos 10% mais ricos chega a ser 30 vezes maior do que a renda dos 40% mais pobres. Considerando  as rendas dos 20% mais ricos e dos 20 % mais pobres, esta distância chega a 35 vezes. Este nível de desigualdade só é verificado em outros 3 países: Guatemala, África do Sul e Malavi.

Fatores como corrupção e políticas de reforma agrária inadequadas, também são apontadas como causadores da fome e  miserabilidade no País.

O Projeto Pró-Banana Verde, criado há 8 anos por Heloísa de Freitas Valle, é muito mais que uma idéia para produção de alimentos a partir da fruta verde. Ele enquadra na cadeira sócio-econômica-produtiva, principalmente a camada da população menos desfavorecida, provocando a "Inclusão Alimentar".

Heloísa , ex- bananicultora do Vale do Ribeira,  formatou o projeto a partir de uma simples receita de sopa de banana verde.

No Brasil, além dos 60%  de perda na produção, só no estado de São Paulo, de acordo com estimativas da Secretaria da Agricultura, a perda gira em torno de 40% na produção da banana verde.

Com o apoio técnico e científico da Universidade  Federal de São Carlos e o apoio Tecnológico do Disque Tecnologia da USP - Universidade de São Paulo, Heloísa de Freitas Valle, aos 72 anos de idade, está batalhando para concretizar seu sonho de contribuir para mudar o vergonhoso  quadro da fome no Brasil.

Neste Momento ela, procura parceria de indústrias de alimentos, interessadas em produzir a Biomassa (Polpa de banana verde cozida e processada) matéria prima essencial para a aplicação na indústria de sucos, de massas, na panificação, na produção de sorvetes, doce de leite, na aplicação de preparações no segmento de refeições coletivas, visando a redução de custos e a melhoria do valor nutricional das refeições do trabalhador,  na alimentação das forças armadas, de penitenciárias, no setor de hotelaria, para aplicação na merenda escolar, na produção da indústria frigorífica preparando produtos  como: hambúrguer, salsicha, embutidos em geral  e também busca empresas que tenham interesse em produzir o Floco de Banana Verde.

As possibilidades de utilização da banana verde na indústria de alimentação é praticamente 100%. Da banana tudo se aproveita, o coração  para a preparação de picles, a folha para produção de papéis, o caule para produção de telhas, e a casca, isso mesmo a casca rica em fibras, serve para preparação de quibes ,cuscuz ,bobó de camarão , vatapás, e outros pratos típicos, pudins, mingaus de fibras, pastéis e é claro as sopas.

A participação da Indústria de Alimentos na produção dos subprodutos da banana verde, também seria importante para redução de custos dos produtos e fornecer maior acesso a alimentação, pois o custo estimado por quilo da banana verde é de apenas R$0,10 centavos, reduzindo significativamente os custos na indústria de massas, de sucos, na indústria frigorífica, nas cozinhas industriais , beneficiando grande parte da população que atualmente não tem acesso a alimentação no Brasil, diz Heloísa.

Alguns Minerais encontrados na banana (miligramas por 100 gramas)

Sódio.......................................................42,0

Potássio.................................................373,0

Cálcio........................................................8,0   

Magnésio.................................................31,0

Manganês..................................................0,6

Cobre.........................................................0,2

Ferro..........................................................0,6

Fósforo.....................................................28,0

Cloro.......................................................128,0

Iodo.........................................................0,003.

Algumas vitaminas (por 100 gramas da fruta)

Vitamina .......................................... .....250-335UI

B-1 (Tiamina)..........................................42-54 Microgramas

B-2 ou G (Riboflavina)........................... 88 Microgramas

Niacina (Ácido Nicotinico)....................125,0

C (Ácido Ascórbico)..............................10-11 Miligramas.

Fonte: Livro Ital ( Instituto de Tecnologia de Alimentos) Frutas Tropicais "3 Bananas"

Governo do Estado de São Paulo - Secretaria da Agricultura (Coordenadoria da Pesquisa Agropecuária)